Desde crianças, alunos e alunas veem-se diante de uma pergunta inquietante: “o que você quer ser quando crescer?”. Algumas vezes, a resposta vem pronta, mas a verdade é que, na maioria dos casos, há um longo caminho de descoberta com a orientação vocacional e profissional.
Essa jornada cheia de dúvidas e receios fica mais fácil quando há suporte. Em casa, os familiares podem e devem abrir o diálogo sobre as preferências e possibilidades. Oferecer apoio é a melhor alternativa neste momento decisivo para qualquer adolescente que sente que está tomando a primeira grande decisão da sua vida.
Mas como o colégio pode auxiliar na orientação profissional e de carreira de uma forma mais efetiva? Nesse ambiente onde cumprem com os requisitos para a aprovação nos vestibulares e no ENEM, os alunos e as alunas precisam encontrar, também, ferramentas que lhes possibilitem escolher uma profissão. Afinal o papel da instituição de ensino é ser parte atuante na construção do projeto de vida desse aluno, oferecendo ferramentas não só educacionais, mas também sociais ligadas aos valores éticos, morais e construtivos para o seu desenvolvimento socioemocional.
Ao longo deste post, vamos falar um pouco sobre como o colégio pode incentivar o desenvolvimento pessoal e profissional, contribuindo para a formação de indivíduos mais alinhados com as suas escolhas de carreira.
Promoção do autoconhecimento
Uma escolha tão importante pode ser motivada pelos mais diversos fatores, entre eles, uma real afinidade com a área e a estabilidade financeira que ela pode oferecer. Todos são motivos válidos, mas é fundamental que cada estudante avalie o que é mais relevante no seu caso, uma vez que é diretamente afetado por tal decisão.
Pode ser que o estudante não tenha clareza por conta da grande expectativa familiar e da preocupação com o desempenho nos exames de acesso ao ensino superior. Nesse caso, o estudante deve resistir à pressão e ao estresse e buscar o autoconhecimento, analisando pontos chaves como:
– Qual sua visão ideal de futuro;
– Como se imagina atuando;
– O que é indispensável no seu futuro profissional;
– Como quer fazer a diferença no mundo?
É nesse momento que surge a necessidade de um direcionamento mais aprofundado para construção do projeto de vida do aluno por parte da instituição, como ressalta Camilla Moreira, orientadora educacional do Colégio pH: “É necessário auxiliar o estudante para realizar o exercício de projetar possibilidades de cenários futuros, ao longo de toda a vida, baseada num propósito e em uma intenção de realizar algo que seja significativo para o eu e para o mundo transformando desejos e fantasias em objetivos passíveis de serem perseguidos”.
Partindo desse ideal, o colégio pode proporcionar atividades nesse sentido, oferecendo, por exemplo, o acesso a reflexões sobre pontos internos e externos à escolha ou oferecendo momentos em que os alunos e as alunas possam falar abertamente sobre as suas preocupações. Muitas vezes, a indecisão em torno da escolha tem mais relação com o estado emocional do que com uma falta de foco acerca dos objetivos.
Preparação além dos resultados
O ambiente escolar deve ser um local de aquisição e compartilhamento de conhecimento que segue as diretrizes curriculares, mas também um espaço seguro de desenvolvimento pessoal.
O amadurecimento de determinadas competências deve estar incluído nos objetivos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. As habilidades socioemocionais, além de serem cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho, contribuem para que o indivíduo tenha mais autonomia na escolha da sua carreira.
Incentivo à pesquisa sobre a carreira desejada
A melhor forma de minimizar as dúvidas sobre qual caminho seguir e dar passos nessa direção com mais certeza é buscando informação. Quando o conhecimento acerca de um determinado curso ou carreira é superficial, pode acontecer um desencantamento ou uma frustração logo nos primeiros semestres da faculdade.
Como facilitadores desse processo, os colégios podem incentivar os seus alunos a pesquisarem sobre as áreas em que desejam atuar, e isso pode ser feito diretamente pelos professores, que estão disponíveis para orientar ou tirar dúvidas.
Outra forma possível de promover a informação é organizando eventos que falem sobre cursos e profissões. Rodas de conversas temáticas com profissionais e encontros com membros da comunidade acadêmica podem ser esclarecedores para os estudantes com muitos questionamentos nesta fase, podendo levá-los a encontrar um curso com o qual se identifiquem.
Encorajar a interdisciplinaridade
A relação entre as diferentes áreas do conhecimento, além de favorecer o processo de ensino-aprendizagem, contribui para que os estudantes tenham uma visão menos segmentada das mesmas. Ao comprovarem que é possível promover o diálogo entre diferentes campos, abrem um espaço para a formação de futuros profissionais mais completos, que pensam “fora da caixa”.
O encorajamento à interdisciplinaridade pode não trazer respostas imediatas acerca da escolha da carreira, mas amplia o entendimento sobre a importância da diversidade de conhecimento para todos os setores. Há uma maior predisposição ainda para o uso da criatividade e do pensamento crítico durante o desenvolvimento profissional.
Oferecimento de sessões de orientação profissional e vocacional
Durante os anos finais do Ensino Fundamental II e ao longo do Ensino Médio, quando as questões sobre carreira passam a ser mais urgentes, o colégio pode desenvolver um programa de orientação do perfil profissional. As sessões, facilitadas por orientadores pedagógicos e/ou psicólogos, podem variar de acordo com a fase em que o estudante se encontra.
Um dos objetivos desse trabalho é ajudar o aluno ou a aluna a organizar os estudos da melhor forma, construindo um plano que vá ao encontro de suas metas e da sua realidade. Com esse suporte importantíssimo, a decisão parte de um lugar de autonomia e não é uma fonte de ansiedade.
Envolvimento da família
E por falar em autonomia, é essencial que o ambiente escolar estimule essa habilidade desde cedo em seus alunos e suas alunas. No entanto, isso não significa suprimir o envolvimento da família. É justamente o contrário. Ao encorajar a participação de familiares e responsáveis em um momento tão importante, os estudantes se sentem seguros o suficiente para dar os seus próprios passos.
Com o colégio e a família indo na mesma direção, os estudantes podem focar todas as suas energias no processo de preparação e na tomada de decisão; sentem-se compreendidos, apoiados, sabem que podem colocar as suas dúvidas livremente e compartilhar as suas preocupações.
A proximidade, a participação e a colaboração com o colégio formam uma rede benéfica para todos os envolvidos. Afinal, escolhas feitas com suporte trazem mais tranquilidade, primordial nos preparativos para o vestibular.
Estudar é preciso, mas a verdade é que nem sempre a concentração colabora. Veja no nosso post o que fazer para manter o foco nos estudos!